terça-feira, 17 de julho de 2012

Plantas

Pastagens nativas

Conceito: Pastagens nativas ou naturais são áreas de vegetação com espécies forrageiras naturais da região utilizadas para pastoreio. As pastagens nativas estão presentes geralmente nas áreas marginais, que apresentam limitações físicas ou químicas para o desenvolvimento de agricultura tradicional. Essas limitações podem ocorrer pela baixa precipitação, topografia inadequada, drenagem ineficiente, solos de baixa fertilidade ou pedregosos, altitude, entre outras.

Dos 45 milhões de hectares de que o Bioma Campos é composto, certa de 4,5 milhões estão no Rio Grande do Sul, onde é denominado Bioma Pampa. Abriga uma ampla diversidade florística, com certa de 400 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas, respondendo por 80% das áreas de pecuária do Estado.




Gramíneas
As gramíneas, também conhecidas como capins, gramas ou relvas, são plantas floríferas, monocotiledôneas, da família Poaceae.
Estima-se que pastos e savanas compreendem 20% da vegetação que cobre a terra. No Brasil, ocorrem cerca de 180 gêneros e 1 500 espécies.


Leguminosas
As leguminosas são os grãos produzidos em vagens: feijões, lentilha, grão-de-bico, soja, ervilha, fava e amendoim.

Fonte: Roberta dos Santos Silva 


Imagens: google imagens






Dos 45 milhões de hectares de que o Bioma Campos é composto, certa de 4,5 milhões estão no Rio Grande do Sul, onde é denominado Bioma Pampa. Abriga uma ampla diversidade florística, com certa de 400 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas, respondendo por 80% das áreas de pecuária do Estado.


Caracterização do bioma Pampa por Região Fitoecológica agrupada.




Região Fitoecológica Agrupada
Área (Km²)
%
Vegetação Nativa Florestal
9.591,05
5,38
Vegetação Nativa Campestre
41.054,61
23,03
Vegetação Nativa - Transição
23.004,08
12,91
Áreas Antrópicas
86.788,70
48,70
Água
17.804,57
9,98
Total
178.243,01
100,00











As culturas agrícolas introduzidas

A agricultura altamente mecanizada, o uso de insumos químicos e de sementes híbridas expandiu vertiginosamente no Brasil a partir da década de 1960, nas regiões de agricultura colonial do norte do Estado. Esteve ligada aos monocultivos de trigo, soja e milho e à chamada Revolução Verde. Esta agricultura era, simultaneamente, moderna e conservadora, pois introduziu novos conhecimentos e práticas agrícolas e, ao mesmo tempo, aumentou a dependência econômica dos colonos, ampliou a migração e a exclusão social e agravou alguns problemas socioambientais. Este modelo de produção agrícola transcendeu a zona colonial e foi instalado em áreas de campo nativo do Rio Grande do Sul. (Zarth; Gerhardt, p. 276).


·         Evolução da área colhida com trigo e soja no Rio Grande do Sul.

Ano
Trigo - área colhida (hectares)
Soja - área colhida (hectares)
1931
141.610
x   x   x   x   x
1940
201.091
x   x   x   x   x
1950
652.453
60.029(1952)
1960
1.141.015
171.440
1970
1.895.249
1.218.809
1980
3.122.107
8.774.023
1990
2.680.989
11.487.303

Fonte: IBGE, 1997.

Os dados devem ser analisados considerando-se que a intensa expansão dos monocultivos de trigo e soja ocorrida na segunda metade do século 20 atingiu, prioritariamente, as regiões coloniais do planalto do Estado. Nesta expansão, contudo, consideráveis áreas de campos nativos foram aradas por meio da força dos novos tratores e implementos agrícolas e convertidas em lavouras destes exóticos cultivos. Os solos campestres pobres em nutrientes ou naturalmente ácidos puderam ser imediatamente fertilizados e corrigidos com aplicações de adubo químico (NPK) e calcário. Na euforia com os ganhos proporcionados pelo comércio internacional da soja e de outros grãos, ignorou-se os problemas socioambientais ligados à agricultura capitalista no pampa: a rápida perda das características naturais da paisagem de um bioma formado e conservado por milhares de anos, a redução da biodiversidade animal e vegetal, a contaminação de solos e águas por venenos agrícolas e, ainda, o aumento da erosão dos solos. (Zarth; Gerhardt, p. 277).


O arroz é mais uma planta exótica introduzida no Rio Grande do Sul. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), as áreas ocupadas com o arroz irrigado são de aproximadamente 1.000.000 de hectares. Situados principalmente nas bacias hidrográficas dos rios Piratini, Ibicuí, Uruguai, Jaguari, Quaraí, Vacacaí, Jacuí, Camaquã e Jaguarão. (Zarth; Gerhardt, p. 277).



·       Localização das áreas cultivadas com arroz irrigado no Rio Grande do Sul na safra 2005/2006.


 Mapeadas através de imagens Landsat. Fonte: Weber, 2007, p. 469.



·       Área colhida e participação dos municípios na produção nacional de arroz em 2006.
    
Município
Área colhida (hectares)
Participação no total nacional (%)
      Uruguaiana
71.124
5,1
      Itaqui
62.000
4
      Alegrete
50.000
3,4
      Dom Pedrito
43.900
2,9
      Santa Vitória do Palmar
53.656
2,8
      São Borja
44.360
2,7
      Cachoeira do Sul
38.423
2,2
      Arroio Grande
39.000
2,1
      São Gabriel
29.500
1,8
      Mostardas
33.296
1,7
      Barra do Quaraí
24.779
1,7
      Camaquã
29.250
1,5
      Rosário do Sul
20.500
1,2
      Viamão
22.792
1,2
      Maçambara
18.140
1,1
      São Sepé
19.700
1,1
      Palmares do Sul
19.212
1
      Restinga Seca
16.850
1
      Jaguarão
17.800
0,9
      Rio Grande
16.240
0,9
         Fonte: IBGE, 2006, p. 19.


A tabela mostra claramente que os vinte maiores produtores nacionais de arroz são municípios gaúchos, todos localizados no espaço do bioma pampa. O Rio Grande do Sul foi responsável, em 2006, por 58,9 % da produção nacional (IBGE, 2006, p. 18).



           Evolução da área colhida com arroz em casca no Rio Grande do Sul e aumento relativo.

Ano
Área colhida (hectares)
Aumento relativo (%)
1931
719.350
x   x   x   x   x
1940
871.717
121
1950
1.964.158
225
1960
2.965.684
150
1970
4.979.165
167
1980
6.243.138
125
1991
4.121.597
-66
Fonte: IBGE, 1997.

A produção do arroz no Estado expandiu espantosamente a área cultivada a partir da década de 1930, como se pode perceber, mais do que dobrando os espaços plantados a cada década. Do ano de 1980 para 1991 nota-se uma redução da área. Apesar disso houve um aumento de 572% em relação à área cultivada em 1931, ou seja, no intervalo de 60 anos, com conseqüente alteração dos ecossistemas nativos. A monocultura do arroz irrigado, respondendo às necessidades alimentares e à expectativas econômicas, traz problemas ambientais evidentes: o uso de inseticidas, herbicidas e adubos químicos que facilmente se incorporam à água e que fluem para arroios e rios, afetando a vida de animais e de outras plantas, além daquelas que se pretende controlar nas plantações; o desvio ou a captação de água para a irrigação, comprometendo os fluxos naturais. (Zarth; Gerhardt, p. 280).













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