terça-feira, 17 de julho de 2012

Solos


 

A TIPAGEM DO SOLO


Solo é o material mineral e/ou orgânico, inconsolidado na superfície da terra, que serve como meio natural para o crescimento e desenvolvimento de diversos organismos vivos.
(CURI et al., 1993).


O solo tem por algumas de suas funções :

  • Regulação da distribuição, armazenamento, escoamento e infiltração da água da chuva e irrigação;
  • Ação filtrante e protetora da qualidade da água;
  • Substrato ou matéria prima para obras civis, utensílios e artesanato;
  • Habitat para o crescimento e desenvolvimento de macro e microorganismos (inclusive os vegetais);
  • Armazenamento e ciclagem de nutrientes;



            O solo é formado a partir da alteração do material de origem, sob a ação do clima, organismos e relevo, ao longo do tempo. O material de origem influencia aspectos como a composição e textura do solo, e o clima influencia aspectos como o teor de matéria orgânica, profundidade, e grau de intemperização do solo.

            Normalmente os solos mais profundos encontram-se em relevos mais planos, afloramentos de rochas e solos rasos usualmente são encontrados em relevos mais declivosos. Todos os organismos vivos influenciam a formação do solo através de alguns processos como:

            a) Bioclagem; (São os ciclos naturais que sustentam a vida, pois “a vida depende da vida”).

            b) Adição de matéria orgânica; (a adição de compostos orgânicos, frutos da decomposição de diversas matérias orgânicas e inorgânicas que formam o solo fértil para cultivo).

            c) Aumentam a agregação do solo; (ecossistemas presentes sob o solo)

            d) Bioturbação; (Estrutura sedimentar gerada pela deformação e/ou mistura de material sedimentar devida a ação de seres vivos como, por exemplo, as minhocas que deformam camadas já sedimentadas em um fundo de lago lodoso).

            e) Proteção do solo.



A BASE DOS SOLOS

Base dos solos, as rochas são classificadas por sua formação: magmáticas (vindas da solidificação das lavas), metamórficas (originada de outras rochas) e sedimentares (da solidificação de sedimentos).

Por milhões de anos, a ação de chuvas e ventos, as variações de temperatura e o depósito de matéria orgânica (decomposição de animais e plantas) desgastam a rocha, gerando grãos de diferentes tipos.



MATÉRIA ORGÂNICA

Camada mais superficial, é rica em detritos de origem orgânica. É a mais fértil, onde plantas encontram sais minerais e água para crescer.



            SAIS MINERAIS

Porção intermediária entre a matéria orgânica e as rochas, reúne um pouco de cada uma dessas camadas. As mais vermelhas são ricas em compostos de ferro. As mais claras, em quartzo.



ROCHA MATRIZ

A camada mais profunda mostra a rocha que deu origem ao solo. Nesta faixa, a ocorrência de matéria orgânica é quase inexistente.



COMPOSIÇÃO

 A composição do solo e a organização de suas camadas podem ser modificadas por diferentes tipos de exploração: Os aterros, a agricultura, a mineração, florestamento, reflorestamento e desflorestamento.

 Muitas vezes, o homem retira mais recursos do que o solo tem capacidade de recuperar naturalmente. O resultado disso são problemas decorrentes do mau uso, como a erosão, o assoreamento e a desertificação.

 O Solo deverá, de preferência, estar sempre com uma cobertura vegetal, bom teor de matéria orgânica e minerais, apresentar uma estrutura porosa.







PAMPA



O solo do pampa é caracterizado por ser um solo fértil, utilizado geralmente pela agricultura e até mesmo a fruticultura e a cultura arbórea.
         


 Campos de solos profundos

            Situam-se a sudoeste do estado, sobre solos diversos, especialmente Chernossolos (Chernossolo é um tipo de solo mineral, caracterizado pela cor escura, argila de alta atividade e alta saturação de bases. Está entre as classes de solos mais férteis e agriculturáveis), Vertissolos (São solos constituídos por material mineral com horizonte vértico entre 25 e 100cm de profundidade e relação textural insuficiente para caracterizar um B textural) e Planossolos (São solos constituídos por material mineral com horizonte A ou E seguidos de horizonte B plânico, não coincidente com horizonte plíntico ou glei). A quantidade de gramíneas em relação ás outras famílias é marcante, com predomínio de espécies estivais.




Campos dos areais

            Inserem-se no centro-oeste do RS, basicamente nos municípios de Alegrete, Manoel Viana e São Francisco de Assis. Verificam-se enclaves de Neossolos (São solos pouco evoluídos constituídos por material mineral, ou por material orgânico com menos de 20cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B diagnóstico. Horizontes glei, plíntico, vértico e A chernozêmico, quando presentes, não ocorrem em condição diagnóstica para as classes Gleissolos, Plintossolos, Vertissolos e Chernossolos, respectivamente) Quartzarênicos em uma matriz de Latossolos (São solos constituídos predominantemente por material mineral, apresentando horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm da superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresentar mais que 150cm de espessura).



Campos do centro do estado




             Situados entre o planalto sul-brasileiro e o planalto sul-rio-grandense, em uma região de relevo rebaixado e composto por vales e rios. Distribuem-se na região central do estado e estende-se até a fronteira do Uruguai.



Campos Litorâneos

            Nos campos litorâneos há uma presença marcante de espécies prostradas, estoloníferas ou rizomatosas, cobrindo o solo em maior porcentagem.



Campos de Barba-de-Bode

           Distribuidos nas regiões norte e nordeste do estado, encontram-se grandemente descaracterizados pela conversão da vegetação nativa em agricultura para obtenção de grãos por estarem inseridos principalmente sobre latossolos, solos argilosos, bem estruturados e porosos.



Campos de solos rasos

          Localizam-se na fronteira oeste do Estado, sobre solos muito rasos de origem basáltica denominados Neossolos Litólicos. São pedregosos e apresentam baixa capacidade de retenção hidrica, condição agravada devido ao frequênte déficit hídrico no verão.


 
A FERTILIDADE DO SOLO: NUTRIENTES X CULTIVO


            O solo, do ponto de vista agrícola, consiste numa mistura de materiais minerais e orgânicos presentes na superfície da terra que serve de ambiente para o crescimento das plantas. O solo, visto como um fator de produção possui duas características básicas que revelam seu valor agronômico: fertilidade e produtividade.


            A fertilidade está relacionada com a capacidade que um solo tem de fornecer nutrientes às plantas em quantidades adequadas. Dessa forma, a fertilidade pode ser conduzida a condições ideais através de práticas de calagem e adubação fundamentadas em bases científicas.

            A produtividade de um solo refere-se a sua capacidade em proporcionar rendimento às culturas, podendo ser melhorada apenas pela intervenção humana.

            A prática da adubação visa corrigir deficiências dos solos e, portanto, é necessário se conhecer o estado inicial dos mesmos, ou seja, suas características físicas e propriedades químicas. Não se pode deixar de considerar também que os solos são ecossistemas complexos formados por microrganismos e outros organismos além das próprias plantas. As principais propriedades químicas dos solos são o pH, a CTC e a quantidade de matéria orgânica (PERES, 2002, p. 01).



SAIS MINERAIS


            Para que uma planta se desenvolva normalmente, ela necessita de alguns requisitos indispensáveis, tais como, local favorável à fixação de suas raízes, temperatura adequada, luz, ar, água, quantidade suficiente de elementos nutrientes, etc. Essas necessidades são atendidas, em maior ou menor proporção, pelas condições de clima e solo do local onde se encontra a planta.


Quando essas necessidades básicas são atendidas as plantas, partindo do Carbono (C), Oxigênio (O) e Hidrogênio (H), retirados do ar, da água e de diversos elementos provenientes do solo, conseguem, com o auxílio da energia da luz solar, sintetizar a matéria orgânica necessária à sua própria formação.

            Dessa forma, através da fotossíntese, as plantas têm a capacidade de formar em suas células clorofiladas, inicialmente compostos orgânicos de estruturas simples e posteriormente compostos mais complexos, como celulose, amido, gorduras, proteínas, enzimas, etc.

            Para sintetizar todas essas substâncias, as plantas utilizam 18 elementos considerados indispensáveis ao seu metabolismo e são denominados, nutrientes de plantas e são agrupados da seguinte forma:

            a) Orgânicos: são elementos originados da água e do ar, os quais são responsáveis pela formação de cerca de 90-96% dos tecidos vegetais. Incluem o carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O);

            b) Minerais: são elementos fornecidos pelo solo e são divididos em macronutrientes (primários e secundários) e micronutrientes. Estes são responsáveis por cerca de 4-10% dos tecidos vegetais.

            São considerados Macronutrientes Primários: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K);

            Macronutrientes Secundários: o cálcio (Ca), magnésio (Mg) e o enxofre (S);

            Micronutrientes: boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn).

Lopes (1937) afirma que os macronutrientes primários geralmente tornam-se deficientes no solo antes dos demais, devido a maior utilização desses nutrientes pela planta. Os macronutrientes secundários são geralmente menos deficientes e usados em quantidades menores, porém, a planta precisa tê-los a disposição quando e onde for necessário.

            Camargos (2005) ressalta que embora sejam requeridos em menor quantidade, os micronutrientes são tão necessários às plantas quanto os macronutrientes, sendo esta separação meramente quantitativa (pelos teores encontrados nas plantas), podendo variar entre as diferentes espécies.







AÇÃO ANTRÓPICA



            O ser humano utiliza o solo como o setor primário de sua existência, retira dele seu alimento e sua matéria prima, porem, muitas vezes o homem esquece de repor o que é necessário para a existência de vida fértil. Então o solo sede.



            Algumas das consequências são causadas pelo cultivo de plantas de origem exótica no bioma pampa, ex: Eucalipto e Capim annoni, e pelo plantio de monoculturas comerciais também de espécies exóticas, que retiram nutrientes necessários e não fazem parte do ciclo natural do bioma, então não repõem os nutrientes utilizados.

Eucalipto


Capim Annoni




      Consequências:



      Perda de vegetação e pastagens nativas. (redução brusca de nutrientes devido à alta exploração, e a não reposição dos mesmos).

      Erosão. (devido ao desmatamento e a exploração excessiva do solo, o mesmo perde nutrientes e área de apoio [plantas] então escorre pelas encostas causando muitas vezes o assoreamento dos rios).





      Desertificação. (é o processo que devido as atividades com cultivos exóticos, absorve a maior parte dos nutrientes, e libera no solo sais em excesso, como o sódio).



Redução de níveis d’água e matas ciliares. (devido ao cultivo de vários tipos de monoculturas, extingui-se as matas ciliares, e como conseqüência, junto a exploração, diminuem os níveis de água).













KIEHL, E. J. Manual de edafologia: relações solo-planta. São Paulo: Ceres, 1979. 262p.







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