Nesse artigo vamos dar o conceito de cultura e entrar mais fundo na cultura gaucha.
A cultura de cada lugar é referente ao tipo de povo e região, por exemplo, a população do Sul do Brasil tem a cultura de tomar chimarrão, dançar danças típicas e comer muito churrasco.
O que é cultura?
São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade.A cultura de cada lugar é referente ao tipo de povo e região, por exemplo, a população do Sul do Brasil tem a cultura de tomar chimarrão, dançar danças típicas e comer muito churrasco.
Dialeto gaucho.
O dialeto gaúcho é um dialeto do português falado no Rio Grande do Sul, e em parte do Paraná e de Santa Catarina. Fortemente influenciado pelo alemão e italiano, por força da colonização, Espanhol e pelo Guarani, especialmente nas áreas próximas à fronteira com o Uruguai, possui diferenças lexicas e semânticas muito numerosas em relação ao português padrão - o que causa, às vezes, dificuldade de compreensão do diálogo informal entre dois gaúchos por parte de pessoas de outras regiões brasileiras, muito embora eles se façam entender perfeitamente quando falam com brasileiros de outras regiões. Foi publicado um dicionário "gaúcho-brasileiro" pelo filógo Batista Bossle, listando as expressões regionais e seus equivalentes na norma culta.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/dialeto_ga%C3%BAcho
Algumas expressões locais:
- agüentar o tirão = sustentar uma opinião;
- andar pelas caronas = andar mal, estar em dificuldade;
- arrastar a asa = enamorar-se;
- botar os cachorros = falar mal de alguém;
- chorar as pitangas = lamuriar-se;
- dar com os burros n'água = dar-se mal, ser mal sucedido;
- deitar nas cordas = fazer corpo mole;
- de orelha em pé = atento, de sobreaviso;
- de rédeas no chão = entregue, submisso, apaixonado;
- de varde = de balde, em vão;
- de vereda = imediatamente, já;
- é tiro dado e bugio deitado = acertar de primeira; ter certeza do que faz;
- entregar as fichas = ceder, concordar;
- estar com o diabo no corpo = estar furioso, insuportável;
- faceiro que nem gurí de calça nova = muito contente, alegre
- frio de renguear cusco = frio tão intenso que pode deixar um cachorro mancando;
- índio velho = camarada;
- ir aos pés = fazer as necessidades na patente;
- juntar os trapos = casar, viver junto;
- lamber a cria = mimar o filho;
- largar de mão = desistir, abandonar;
- lagartear = ficar sem fazer nada, ao sol, comendo tangerina (bergamota);
- matar cachorro a grito = estar sem dinheiro, estar na miséria, viver com dificuldade;
- meter a viola no saco = calar-se, desistir, acovardar-se;
- morar para fora = morar no campo (fazenda, sítio ou vila pequena)
- na ponta dos cascos = (estar) em posição excelente, pronto para atuar;
- no mato sem cachorro = em dificuldade, em apuros;
- olhar de cobra choca = olhar dissimulado;
- se aprochegar = chegar mais próximo, se acomodar;
- sentar o braço = surrar, espancar, esbofetetar, bater;
- terneiro guacho = tomador de leite;
- tunda de laço = apanhar;
História da evolução da indumentária gaúcha
As pilchas gaúchas
possuem fontes originadas da mescla de europeu, índio e gaúcho. Isso se deve ao
fato de terem misturas étnicas que formaram o povo gaúcho.
A fonte européia veio
quando o colonizador chegou à América, com sua "indumentária",
costumes e palavras. Muitas vezes seus trajes acomodaram-se com o clima e as
atividades daqui.
A fonte indígena entrou
em contraste com o gaúcho até pela adaptação que teriam de ter aqui. Como
principal herança cita-se o pala e o chiripá.(chiripá palavra indígena que quer
dizer para o frio)
Já o gaúcho criou peças
que não copiou nem de europeus, nem de índios. As esporas chilenas- mesmo com
este nome são gaúchas, as botas garrão de potro, guaiaca, pala-poncho, chapéu
de pança-de-burro, tirador e outras peças.
Tais peças usadas, hoje, além do sentido histórico
que possuem, retratam o passado de um povo rico culturalmente e de garra,
coragem e pátria
Evolução da indumentária gaúcha
1620 - 1730
Traje indígena
1620 - 1730
Traje indígena
Quando o homem que veio fazer a América - e se
vestia à européia - aqui chegou encontrou, nos campos, índios missioneiros e
índios cavaleiros. Índios Missioneiros: (Tapes, Gês-guaranizados) - constituíam
a matéria-prima trabalhada pelos padres jesuítas dos Sete Povos. Os
Missioneiros se vestiam, conforme severa moral jesuítica. Passaram a usar os
calções europeus e em seguida a camisa, introduzida nas missões pelo Padre
Antônio Sepp. Usavam, ainda, uma peça de indumentária não-européia,
proximamente indígena - "el poncho" - isto é, o pala bichará. Essa
peça de indumentária não existia no Rio Grande do Sul antes da chegada do
branco, pois os nossos índios pré-missioneiros não teciam e nem fiavam.
Os Padres descobriram a atração que as vestes religiosas e as fardas militares exerciam sobre os índios e distribuíram essas roupas entre eles. Assim, figurar o Alferes Real Sepé Tiarayu, desnudo ou vestindo chiripá, é erro grosseiro. Ele usaria a farda correspondente ao seu alto grau militar, ou vestiria-se civilmente,com bragas, camisa e poncho.
A mulher missioneira, usava o "tipoy", que era um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar, apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado "chumbé". O "tipoy" era feito de algodão esbranquiçado, mas em seguida se tornava avermelhado com o pó das Missões. Em ocasiões festivas, a índia missioneira gostava de usar um alvo "tipoy" de linho sobre o de uso diário. Apenas nas vestes religiosas, sobretudo nas procissões, as índias usavam mantos de cores dramáticas, como o roxo e o negro.
Índios cavaleiros: (Mbaias: Charruas, Minuanos, Yarós, etc):eram assim chamados porque prontamente se adonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de amestramento e equitação. Usavam duas peças de indumentárias absolutamente originais: o "chiripá"e o "cayapi".
O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi dos minuanos era um couro de boi, inteiro e bem sovado (que se usava às costas) com o pêlo para dentro e carnal para fora, pintado de listras verticais e horizontais, em cinza e ocre. À noite, servia de cama, estirado no chão. Os charruas o chamavam de "quillapi" e "toropi".
A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No rosto, pintura ritual de passagem, assinalando a entrada na puberdade. No pescoço, colares de contas ou dentesde feras. De peças da indumentária ibérica, de peças da indumentária indígena e tantas outras, o gaúcho foi constituindo sua própria indumentária.
1730 – 1820
CHIRIPÁ PRIMITIVO
Os Padres descobriram a atração que as vestes religiosas e as fardas militares exerciam sobre os índios e distribuíram essas roupas entre eles. Assim, figurar o Alferes Real Sepé Tiarayu, desnudo ou vestindo chiripá, é erro grosseiro. Ele usaria a farda correspondente ao seu alto grau militar, ou vestiria-se civilmente,com bragas, camisa e poncho.
A mulher missioneira, usava o "tipoy", que era um longo vestido formado por dois panos costurados entre si, deixando sem costurar, apenas duas aberturas para os braços e uma para o pescoço. Na cintura, usavam uma espécie de cordão, chamado "chumbé". O "tipoy" era feito de algodão esbranquiçado, mas em seguida se tornava avermelhado com o pó das Missões. Em ocasiões festivas, a índia missioneira gostava de usar um alvo "tipoy" de linho sobre o de uso diário. Apenas nas vestes religiosas, sobretudo nas procissões, as índias usavam mantos de cores dramáticas, como o roxo e o negro.
Índios cavaleiros: (Mbaias: Charruas, Minuanos, Yarós, etc):eram assim chamados porque prontamente se adonaram do cavalo trazido pelo branco, desenvolvendo uma surpreendente técnica de amestramento e equitação. Usavam duas peças de indumentárias absolutamente originais: o "chiripá"e o "cayapi".
O chiripá era uma espécie de saia, constituída por um retângulo de pano enrolado na cintura, até os joelhos. O cayapi dos minuanos era um couro de boi, inteiro e bem sovado (que se usava às costas) com o pêlo para dentro e carnal para fora, pintado de listras verticais e horizontais, em cinza e ocre. À noite, servia de cama, estirado no chão. Os charruas o chamavam de "quillapi" e "toropi".
A mulher, entre os índios cavaleiros, usava apenas o chiripá. No rosto, pintura ritual de passagem, assinalando a entrada na puberdade. No pescoço, colares de contas ou dentesde feras. De peças da indumentária ibérica, de peças da indumentária indígena e tantas outras, o gaúcho foi constituindo sua própria indumentária.
1730 – 1820
CHIRIPÁ PRIMITIVO
Pés descalços ou botas de
garrão abertas na frente e amarradas abaixo dos joelhos com tiras de couro ou
de lã. Esporas, ceroulas por dentro das botas ou as pernas nuas. Chiripá-saia e
cinturão de couro sobre a faixa de tecido. Boleadeiras e pistola presa na
cintura. Faca às costas, junto aos rins. Camisa com mangas amplas. Colete e
poncho bichará. Na cabeça, os cabelos longos são amarrados por tira de couro ou
lenço à marinheira. Usa o chapéu de palha ou de feltro.
MULHER RURAL
Usa a saia rodada de tecido de lã leve e camisa longa de algodão, ou ainda o vestido de indiana. Pés descalços. Flores ou fitas nos cabelos longos e trançados, ou ainda, um lenço na cabeça amarrado abaixo do queixo
Usa a saia rodada de tecido de lã leve e camisa longa de algodão, ou ainda o vestido de indiana. Pés descalços. Flores ou fitas nos cabelos longos e trançados, ou ainda, um lenço na cabeça amarrado abaixo do queixo
BRAGA
ESTANCIEIRO
Meias e ceroulas de crivos ou de rendas. Botas fortes ou de garrão de potro e esporas de prata. Calções desabotoados abaixo dos joelhos, gibão de veludo ou lã com botões de moedas de prata. Colete de seda ou de algodão acabada por rendas. Lenço pequeno no colarinho. À cintura, leva o cinturão sobre a faixa, bem como a pistola. Na mão, o chicote tipo arreador e na cabeça, o lenço à marinheira e o chapéu de feltro de copa alta e barbicacho de seda. No ombro, o pala de seda ou de lã leve de vicunha.
Meias e ceroulas de crivos ou de rendas. Botas fortes ou de garrão de potro e esporas de prata. Calções desabotoados abaixo dos joelhos, gibão de veludo ou lã com botões de moedas de prata. Colete de seda ou de algodão acabada por rendas. Lenço pequeno no colarinho. À cintura, leva o cinturão sobre a faixa, bem como a pistola. Na mão, o chicote tipo arreador e na cabeça, o lenço à marinheira e o chapéu de feltro de copa alta e barbicacho de seda. No ombro, o pala de seda ou de lã leve de vicunha.
ESTANCIEIRA
Sapatos e meias de seda, anáguas e corpete. Vestido de seda ou de algodão, com corte abaixo do busto. Leque e lenço na mão e jóias em excesso. Agasalha-se com capote ou xale. Na cabeça, os cabelos longos são presos com fitas e flores.
ESTANCIEIRO OU CHARQUEADOR
Botas russilhonas levantadas e calças por dentro das botas, sendo esta com recorte triangular na braguilha. Faixa na cintura e cinturão com enfeites de moedas. Camisa de algodão ou seda branca com rendas. Gravata de seda tipo tope, colete de seda ou algodão transpassado e gibão de veludo ou lã com botões em prata. Na cabeça, leva o chapéu de copa alta. Nas costas, junto com os rins, a faca, e na mão o chicote tipo arreador. Junto às botas as esporas de prata.
MULHER
Vestido longo de seda ou veludo, com corte na cintura. Decote mais ou menos amplo com o colo à mostra. Mangas bufantes até o cotovelo e justas até o pulso. Broche no pescoço e brincos. Cabelos presos com travessas ou flores. Leque na mão. Quando ao ar livre, usa chapéu com laços de fitas e penas de avestruz. Mantilha sobre o coque quando vai à igreja ou sobre os ombros quando ao ar livre.
Vestido longo de seda ou veludo, com corte na cintura. Decote mais ou menos amplo com o colo à mostra. Mangas bufantes até o cotovelo e justas até o pulso. Broche no pescoço e brincos. Cabelos presos com travessas ou flores. Leque na mão. Quando ao ar livre, usa chapéu com laços de fitas e penas de avestruz. Mantilha sobre o coque quando vai à igreja ou sobre os ombros quando ao ar livre.
1820-1865
CHIRIPÁ FARROUPILHA
PEÃO
Botas fortes ou de garrão, ceroulas de franjas, chiripá-fralda, faixa na
cintura e cinturão com bolsos. Camisa branca, colete de algodão ou seda, gibão
e lenço no pescoço ou na cabeça. Poncho " pátria ", forrado de
vermelho e faca. Chapéu, tirador e laço. Esporas de ferro ou prata.
MULHER RURAL
Blusa de mangas com acabamento em rendas, saia longa e rodada complementada com casaquinho cortado à cintura de tecido leve. Travessas ou flores no cabelo preso. Usa, mais tarde, a sombrinha. A saia tem em sua barra um babado franzido ou de pregas.
Blusa de mangas com acabamento em rendas, saia longa e rodada complementada com casaquinho cortado à cintura de tecido leve. Travessas ou flores no cabelo preso. Usa, mais tarde, a sombrinha. A saia tem em sua barra um babado franzido ou de pregas.
1865 até nossos dias
HOMEM DA CAMPANHA
Bombachas e botas fortes. Colete e paletó. Camisa e lenço brancos e cinturão sobre a faixa. Chapéu de feltro e pala. Esporas de prata e chicote.
HOMEM DA CAMPANHA
Bombachas e botas fortes. Colete e paletó. Camisa e lenço brancos e cinturão sobre a faixa. Chapéu de feltro e pala. Esporas de prata e chicote.
A GAÚCHA
Do início do século usa a saia e blusa ou vestido. A saia muitas vezes é estampada em tecido leve. Seu corte determina, às vezes, um babado ou pregas no final da mesma e esta é menos rodada do que na época anterior. A blusa tem mangas bufantes até o cotovelo ou são retas até o punho. A frente da blusa é enfeitada de babadinhos ou rendas ou como acabamento leva um fichu. A silhueta é marcada por um cinto bem apertado. Seus acessórios são a sombrinha ou o leque, os brincos e a corrente de ouro ou o broche. Calça botinhas ou sapatos fechados. Além da saia ou blusa, a nova gaúcha não deixa de usar a saia e o casaquinho que muito a caracterizam na época anterior.
Do início do século usa a saia e blusa ou vestido. A saia muitas vezes é estampada em tecido leve. Seu corte determina, às vezes, um babado ou pregas no final da mesma e esta é menos rodada do que na época anterior. A blusa tem mangas bufantes até o cotovelo ou são retas até o punho. A frente da blusa é enfeitada de babadinhos ou rendas ou como acabamento leva um fichu. A silhueta é marcada por um cinto bem apertado. Seus acessórios são a sombrinha ou o leque, os brincos e a corrente de ouro ou o broche. Calça botinhas ou sapatos fechados. Além da saia ou blusa, a nova gaúcha não deixa de usar a saia e o casaquinho que muito a caracterizam na época anterior.
O PEÃO
Bombachas de favos ou pregas, alpargatas ou botas fortes e chapéu ou boina, camisa listrada ou xadrez, jaqueta de brim ou lã, guaiaca e poncho. O lenço no pescoço, a faixa e o colete aparecem vez por outra. Usa a faca e a chaira. Não raras vezes, vê-se o peão calçando chinelos-de-dedo, galocha ou o chinelo de couro. Suas esporas, quando as têm, são de ferro.
A PRENDA
1950 até nossos dias
Vestido de prenda com saia rodada e babados, ambos de tecidos de algodão, com estampado miúdo, de broderie ou de tecido de cor lisa. O corpo justo é fechado no pescoço, leva enfeites em rendas ou do mesmo tecido do vestido. As mangas ¾ bufantes ou não, vão até o cotovelo e babados dão o acabamento. Quando não leva babados no corpo, a prenda sobrepõe um fichu em renda crochê preso pelo broche. Meias brancas e bombachinhas e sapatos pretos. Xale de renda em lã crochê é o agasalho. Os cabelos presos ou soltos levam uma flor, e nas orelhas, os brincos balançantes.
1950 até nossos dias
Vestido de prenda com saia rodada e babados, ambos de tecidos de algodão, com estampado miúdo, de broderie ou de tecido de cor lisa. O corpo justo é fechado no pescoço, leva enfeites em rendas ou do mesmo tecido do vestido. As mangas ¾ bufantes ou não, vão até o cotovelo e babados dão o acabamento. Quando não leva babados no corpo, a prenda sobrepõe um fichu em renda crochê preso pelo broche. Meias brancas e bombachinhas e sapatos pretos. Xale de renda em lã crochê é o agasalho. Os cabelos presos ou soltos levam uma flor, e nas orelhas, os brincos balançantes.
Fonte: Gaúcho - Vestuário Tradicionalista e Costumes
Véra Stedile Zattera - 1996 - 2a edição.
Véra Stedile Zattera - 1996 - 2a edição.
O CHIMARRÃO
Sempre presente no dia-a-dia, o chimarrão
constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul, ou seja, na tradição
representativa do nosso pago. Também conhecido como mate amargo, como bebida
preferida pelo gaúcho, constitui-se no símbolo da hospitalidade e da amizade do
gaúcho. É o mate cevado sem açúcar, preparado em uma cuia e sorvido através de
uma bomba. É a bebida proveniente da infusão da erva-mate, planta nativa das
matas sul-americanas, inclusive no Rio Grande do Sul.
O homem branco, ao chegar no pago gaúcho, encontrou
o índio guarani tomando o CAA, em porongo, sorvendo o CAÁ-Y, através do
TACUAPI.
Podemos dizer, que o chimarrão é a inspiração do
aconchego, é o espírito democrático, é o costume que, de mão – em - mão, mantém
acesa a chama da tradição e do afeto, que habita os ranchos, os galpões dos
mais longínquos rincões do pago do sul, chegando a ser o maior veículo de
comunicação.
O mate é a voz quíchua, que designa a cuia, isto é,
o recipiente para a infusão do mate. Atualmente, por extensão passou a designar
o conjunto da cuia, erva-mate e bomba, isto é, o mate pronto.
O homem do campo passou o hábito para a cidade, até
consagrá-lo regional. O Chimarrão é um hábito, uma tradição, uma espécie de
resistência cultural espontânea.
Os avios ou os apetrechos do mate constituem o conjunto de utensílios usados para fazer o mate. Os avios do mate são fundamentalmente a cuia e a bomba.
A CUIA NOVA
Quando a cuia é nova, é necessário curti-la antes
de começar a matear. Para tal, é necessário enchê-la de erva-mate pura ou ainda
misturada com cinza vegetal e água quente, que deve permanecer de dois a três
dias, mantendo a umidade, para que fique bem curtida, impregnando o gosto da
erva em suas paredes. O uso da cinza é para dar maior resistência ao porongo.
Após o tempo determinado, retira-se a erva da cuia e, com uma colher, raspa-se
bem o porongo, para retirar alguns baraços que tenham ficado.
VOCABULÁRIO
Caá = erva-mate
Caá-y = bebida do mate = chimarrão
Tacuapi= bomba primitiva, feita de taquara pelos
índios guaranis
EM RELAÇÃO A COMPANHIA, O MATE PODE SER TOMADO DE
TRÊS MANEIRAS
MATE SOLITO : quando não precisa de estímulo maior
para matear, a não ser a sua própria vontade. É o verdadeiro mateador.
MATE DE
PARCERIA : quando se espera por um ou mais companheiros para matear a
fim de motivar o mate, pois não gosta de matear sozinho.
RODA DE MATE: é na roda
de mate, que esta tradição assume seu apogeu, agrupando pessoas sem distinção
de raça, credo, cor ou posse material. Irmanados num clima de respeito, o mate
integra gerações numa trança de usos e costumes, que floresce na intimidade
gaúcha.
CHIMARRÃO É RICO EM POESIA
Antigamente, Quando os namoros eram de longe,
através de troca de olhares, os apaixonados utilizavam o mate como meio de
comunicação e, de acordo com o que era posto na cuia, a mensagem era recebida e
interpretada. Ao longo de sua história, o chimarrão é utilizado como veículo
sutil de comunicação com objetivos sentimentais.
Atualmente, os costumes mudaram, mas o hábito do chimarrão
permanece cada vez mais forte, caracterizando o povo gaúcho.
SIGNIFICADO DOS MATES
* Mate com açúcar: quero a tua amizade.
* Mate com açúcar queimado: és simpático.
* Mate com canela: só penso em ti.
* Mate com casca de laranja: vem buscar-me.
* Mate com mel: quero casar contigo.
* Mate frio: desprezo-te.
* Mate lavado: vai tomar mate em outra
casa .
* Mate enchido pelo bico da bomba: vás embora.
* Mate muito amargo (redomão): chegaste tarde, já tenho outro amor.
* Mate com sal: não apareças mais aqui.
* Mate muito longo: a erva está acabando.
* Mate curto: pode prosear a vontade
* Mate servido com a mão esquerda: você não é bem vindo
* Mate doce: simpatia.
A LENDA DA ERVA MATE
Contam que um guerreiro guarani, que pela velhice
não podia mais sair para as guerras, nem para a caça e pesca, porque suas
pernas trôpegas não mais o levavam, vivia triste em sua cabana. Era cuidado por
sua filha, uma bela índia chamada Yari, que o tratava com imenso carinho,
conservando - se solteira, para melhor se dedicar ao pai.
Um dia, o velho guerreiro e sua filha receberam a visita de um viajante, que foi muito bem tratado por eles. À noite, a bela jovem cantou um canto suave e triste para que o visitante adormecesse e tivesse um bom descanso e o melhor dos sonos.
Ao amanhecer, antes de recomeçar a caminhada, o viajante confessou ser enviado de Tupã, e para retribuir o bom trato recebido, perguntou aos seus hospedeiros o que eles desejavam, e que qualquer pedido seria atendido, fosse qual fosse.
O velho guerreiro, lembrando que a filha, por amor a ele, para melhor cuidá-lo, não se casava apesar de muito bonita e disputada pelos jovens guerreiros da tribo, pediu algo que lhe devolvesse as forças, para que Yari, livre de seu encargo afetivo, pudesse casar.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvores de Caá e ensinou a preparar a infusão, que lhe devolveria as forças e o vigor, e transformou Yari em deusa dos ervais, protetora da raça guarani.
A jovem passou a chamar-se Caá-Yari, a deusa da erva-mate, e a erva passou a ser usada por todos os componentes da tribo, que se tornaram mais fortes, valentes e alegres.
Um dia, o velho guerreiro e sua filha receberam a visita de um viajante, que foi muito bem tratado por eles. À noite, a bela jovem cantou um canto suave e triste para que o visitante adormecesse e tivesse um bom descanso e o melhor dos sonos.
Ao amanhecer, antes de recomeçar a caminhada, o viajante confessou ser enviado de Tupã, e para retribuir o bom trato recebido, perguntou aos seus hospedeiros o que eles desejavam, e que qualquer pedido seria atendido, fosse qual fosse.
O velho guerreiro, lembrando que a filha, por amor a ele, para melhor cuidá-lo, não se casava apesar de muito bonita e disputada pelos jovens guerreiros da tribo, pediu algo que lhe devolvesse as forças, para que Yari, livre de seu encargo afetivo, pudesse casar.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvores de Caá e ensinou a preparar a infusão, que lhe devolveria as forças e o vigor, e transformou Yari em deusa dos ervais, protetora da raça guarani.
A jovem passou a chamar-se Caá-Yari, a deusa da erva-mate, e a erva passou a ser usada por todos os componentes da tribo, que se tornaram mais fortes, valentes e alegres.
RECIPIENTES PARA ÁGUA
CALDEIRA: recipiente grande, muito utilizada para
aquecer grande quantidade de água, para diversas finalidades. é mais bojuda que
o jarro, não possui tampa nem bico tubular. Os fogões à lenha possuem um
recipiente chamado caldeira, que tem a mesma função da caldeira, semelhante ao
jarro .
CHALEIRA GRANDE: de uso semelhante ao da caldeira.
É muito encontrada nas cozinhas da campanha, nos fogões de barro e nos galpões
e nos braseiros do fogo de chão. Por ser muito grande, seu manejo é incômodo.
CHALEIRA MÉDIA: Também conhecida por pava.
Devido ao seu tamanho, é a mais usada, quer para aquecer a água, quanto para
servir o mate.
CHALEIRA PRETA DE FERRO: varia muito de tamanho e forma mas é o tipo mais
comum. Com o uso, chega a criar uma crosta de picumã, que não deve ser
removida, pois pode furar com facilidade.
CAMBONA PRIMITIVA: estas cambonas vinham da
Inglaterra, com chá-da-índia. Eram feitas de cobre e possuíam a parte de baixo
arredondada e sua alça era deita de arame ou de lata. Serviam para preparar
alimentos, aquecer água. Tem um refrão popular, que muito bem traduz o quanto à
cambona é desajeitada, virando com muita facilidade, que é: “Cambona em cima de
tição, tomarás mate ou não!”
CAMBONA: pode ser feita de qualquer lata, pois
sua finalidade é única e exclusivamente a de aquecer água, sem precisar de
muito fogo. Sua confecção é simples, basta Um pedaço de arame passado várias
vezes junto ao local da lata, deixando Um rabicho para pegar e está pronta a
cambona. Alguns preferem improvisar um rabicho de arame na parte de cima ou uma
alça de arame, prendendo em cima e em baixo da lata e ainda enfiam no rabicho
ou na alça, um pedaço de osso de canela do gado, para evitar o calor ao pegar.
A picumã, que adere à cambona, não deve ser retirado, pois enfraquece o
recipiente.
CHICOLATEIRA: A chicolateira é um recipiente
usado nos fogões campeiros, para aquecer a água. Ela difere da cambona, uma vez
que possui alça, tampa e um pequeno bico. É um utensílio que requer algum
acabamento. È muito usada, não só nos galpões e cozinhas campeiras, como também
por carreteiros e tropeiros. O termo chicolateira é uma corruptela de
chocolateira.
Fonte:
nao entendi foi e nada
ResponderExcluiralguien españolo
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