Pastagens nativas
Conceito: Pastagens nativas ou naturais são áreas de
vegetação com espécies forrageiras naturais da região utilizadas para
pastoreio. As pastagens nativas estão presentes geralmente nas áreas marginais,
que apresentam limitações físicas ou químicas para o desenvolvimento de
agricultura tradicional. Essas limitações podem ocorrer pela baixa
precipitação, topografia inadequada, drenagem ineficiente, solos de baixa
fertilidade ou pedregosos, altitude, entre outras.
Dos 45 milhões de hectares
de que o Bioma Campos é composto, certa de 4,5 milhões estão no Rio Grande do
Sul, onde é denominado Bioma Pampa. Abriga uma ampla diversidade florística,
com certa de 400 espécies de gramíneas e 150
de leguminosas, respondendo por 80% das
áreas de pecuária do Estado.
Gramíneas
As gramíneas, também conhecidas
como capins, gramas ou relvas,
são plantas floríferas, monocotiledôneas, da família Poaceae.
Estima-se que pastos e savanas compreendem 20% da vegetação que cobre a terra. No Brasil, ocorrem cerca de 180
gêneros e 1 500 espécies.
Leguminosas
As leguminosas são os grãos produzidos
em vagens: feijões, lentilha, grão-de-bico, soja, ervilha, fava e amendoim.
Fonte: Roberta dos Santos Silva
Imagens: google imagens
Dos 45 milhões
de hectares de que o Bioma Campos é composto, certa de 4,5 milhões estão no Rio
Grande do Sul, onde é denominado Bioma Pampa. Abriga uma ampla diversidade
florística, com certa de 400 espécies de gramíneas e 150 de leguminosas,
respondendo por 80% das áreas de pecuária do Estado.
Caracterização do bioma Pampa por
Região Fitoecológica agrupada.
Região Fitoecológica Agrupada
|
Área (Km²)
|
%
|
Vegetação Nativa Florestal
|
9.591,05
|
5,38
|
Vegetação Nativa Campestre
|
41.054,61
|
23,03
|
Vegetação Nativa - Transição
|
23.004,08
|
12,91
|
Áreas Antrópicas
|
86.788,70
|
48,70
|
Água
|
17.804,57
|
9,98
|
Total
|
178.243,01
|
100,00
|
As culturas agrícolas introduzidas
A agricultura
altamente mecanizada, o uso de insumos químicos e de sementes híbridas expandiu
vertiginosamente no Brasil a partir da década de 1960, nas regiões de
agricultura colonial do norte do Estado. Esteve ligada aos monocultivos de
trigo, soja e milho e à chamada Revolução Verde. Esta agricultura era,
simultaneamente, moderna e conservadora, pois introduziu novos conhecimentos e
práticas agrícolas e, ao mesmo tempo, aumentou a dependência econômica dos
colonos, ampliou a migração e a exclusão social e agravou alguns problemas
socioambientais. Este modelo de produção agrícola transcendeu a zona colonial e
foi instalado em áreas de campo nativo do Rio Grande do Sul. (Zarth; Gerhardt, p. 276).
· Evolução da área colhida com trigo e soja no Rio Grande do Sul.
Ano
|
Trigo - área colhida (hectares)
|
Soja - área colhida (hectares)
|
1931
|
141.610
|
x x
x x x
|
1940
|
201.091
|
x x
x x x
|
1950
|
652.453
|
60.029(1952)
|
1960
|
1.141.015
|
171.440
|
1970
|
1.895.249
|
1.218.809
|
1980
|
3.122.107
|
8.774.023
|
1990
|
2.680.989
|
11.487.303
|
Fonte: IBGE, 1997.
Os dados devem ser analisados considerando-se que a intensa expansão dos
monocultivos de trigo e soja ocorrida na segunda metade do século 20 atingiu,
prioritariamente, as regiões coloniais do planalto do Estado. Nesta expansão,
contudo, consideráveis áreas de campos nativos foram aradas por meio da força
dos novos tratores e implementos agrícolas e convertidas em lavouras destes
exóticos cultivos. Os solos campestres pobres em nutrientes ou naturalmente
ácidos puderam ser imediatamente fertilizados e corrigidos com aplicações de
adubo químico (NPK) e calcário. Na euforia com os ganhos proporcionados pelo
comércio internacional da soja e de outros grãos, ignorou-se os problemas
socioambientais ligados à agricultura capitalista no pampa: a rápida perda das características
naturais da paisagem de um bioma formado e conservado por milhares de anos, a
redução da biodiversidade animal e vegetal, a contaminação de solos e águas por
venenos agrícolas e, ainda, o aumento da erosão dos solos. (Zarth; Gerhardt, p. 277).
O arroz é mais uma planta exótica introduzida no Rio Grande do Sul.
Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), as áreas ocupadas com o
arroz irrigado são de aproximadamente 1.000.000 de hectares. Situados
principalmente nas bacias hidrográficas dos rios Piratini, Ibicuí, Uruguai,
Jaguari, Quaraí, Vacacaí, Jacuí, Camaquã e Jaguarão. (Zarth; Gerhardt, p. 277).
· Localização das áreas cultivadas com arroz irrigado no Rio Grande do Sul
na safra 2005/2006.
Mapeadas através de
imagens Landsat. Fonte: Weber, 2007, p. 469.
· Área colhida e participação dos municípios na
produção nacional de arroz em 2006.
Município
|
Área colhida (hectares)
|
Participação no total nacional (%)
|
Uruguaiana
|
71.124
|
5,1
|
Itaqui
|
62.000
|
4
|
Alegrete
|
50.000
|
3,4
|
Dom Pedrito
|
43.900
|
2,9
|
Santa Vitória do Palmar
|
53.656
|
2,8
|
São Borja
|
44.360
|
2,7
|
Cachoeira do Sul
|
38.423
|
2,2
|
Arroio Grande
|
39.000
|
2,1
|
São Gabriel
|
29.500
|
1,8
|
Mostardas
|
33.296
|
1,7
|
Barra do Quaraí
|
24.779
|
1,7
|
Camaquã
|
29.250
|
1,5
|
Rosário do Sul
|
20.500
|
1,2
|
Viamão
|
22.792
|
1,2
|
Maçambara
|
18.140
|
1,1
|
São Sepé
|
19.700
|
1,1
|
Palmares do Sul
|
19.212
|
1
|
Restinga Seca
|
16.850
|
1
|
Jaguarão
|
17.800
|
0,9
|
Rio Grande
|
16.240
|
0,9
|
Fonte: IBGE, 2006, p. 19.
A tabela mostra claramente que os vinte maiores produtores nacionais de arroz são municípios gaúchos, todos localizados no espaço do bioma pampa. O Rio Grande do Sul foi responsável, em 2006, por 58,9 % da produção nacional (IBGE, 2006, p. 18).
Evolução da área colhida com arroz em casca no Rio Grande do Sul e
aumento relativo.
Ano
|
Área colhida (hectares)
|
Aumento relativo (%)
|
1931
|
719.350
|
x x
x x x
|
1940
|
871.717
|
121
|
1950
|
1.964.158
|
225
|
1960
|
2.965.684
|
150
|
1970
|
4.979.165
|
167
|
1980
|
6.243.138
|
125
|
1991
|
4.121.597
|
-66
|
Fonte: IBGE, 1997.
A produção do arroz no Estado expandiu espantosamente a área cultivada a
partir da década de 1930, como se pode perceber, mais do que dobrando os
espaços plantados a cada década. Do ano de 1980 para 1991 nota-se uma redução
da área. Apesar disso houve um aumento de 572% em relação à área cultivada em
1931, ou seja, no intervalo de 60 anos, com conseqüente alteração dos
ecossistemas nativos. A monocultura do arroz irrigado, respondendo às
necessidades alimentares e à expectativas econômicas, traz problemas ambientais
evidentes: o uso de inseticidas, herbicidas e adubos químicos que facilmente se
incorporam à água e que fluem para arroios e rios, afetando a vida de animais e
de outras plantas, além daquelas que se pretende controlar nas plantações; o
desvio ou a captação de água para a irrigação, comprometendo os fluxos
naturais. (Zarth; Gerhardt, p. 280).
Obrigada !
ResponderExcluira vlw
ResponderExcluirvou trolar todos
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